sábado, 29 de setembro de 2007

Barragem

O episódio relatado pelo Isaac na Barragem ainda me faz pele de galinha.
Penso que terá sido no último dia, na 6ª Feira à tarde. As Piscinas de Ponte de Sôr eram uma inexistência e a barragem o ponto de frescura presente desde o início dos Acampamentos. Antes da água viscosa, mal cheirosa mas um pouco suja e com o chão cheio de pedras.
As idas a pé, nem sempre até ao fim, até à Barragem fazem parte da memória de muitos campistas (comer amoras quando as havia, beber água na fonte - agora num terreno delimitado e onde é impossível entrar, legalmente pelo menos).
Fomos para a Barragem e como sempre algumas das crianças e adolescentes queixavam-se da profunidade curta a que eram obrigadas a nadar. Um pouco mais afastada da margem encontrava-se uma prancha onde os que sabiam nadar tinham autorização para descansar um pouco ao sol.
Eu e outros brincávamos com uma bola.
Quando dei por mim, ou demos por nós, tínhamos 4 ou 5 campistas que pouco ou nada sabiam nadar a querer voltar da prancha - para onde tinham ido - atrapalhados e a agarrar-se ao pescoço de um único nadador.
Foi aflitivo. Lembro-me de eu tirar um campista (uma por acaso) , a Dora mais um ou outro e penso que o Mílton e mais alguém também participou na "festa".
Lembro-me de chegar perto da campista e ela "atacar" o meu pescoço. Senti os pés calcarem no chão, afinal estávamos perto da margem, e de pé, só com o braço fora de água, empurrá-la em direcção da terra.
Lembro-me do depois, que terá sido mais complicado. O pensar se tivesse chegado um pouco mais tarde, o tremer perante a difícil situação que tínhamos vivido, o querer estar sozinho (no meio de tantos campistas alterados), o irmão dela, no quarto à noite, a sonhar com o momento. A gritar o nome dela assustado.
Foi algo que nos marcou naquela semana. Já perceberam a pele de galinha?

O Morcego II - The untold story...

Em resposta ao pedido do Tiagão.

Esta versão do Milton expôs uma boa parte da história; com um ou outro lapso natural, visto que esta situação já remonta a mil, novecentos e troca o passo (97, talvez)... Quando eu ainda era um adolescente, no auge das minhas faculdades mentais, físicas, etc. Século passado, portanto!

Prólogo: Foi um ABS Crianças em que dormia no quarto que tem a janela para o parque. Janela essa que, nesse ano, não estava dotada de estores!
Como campista "velho" para um ABS Crianças e "pelos anos de casa" que já tinha, tive o privilégio de colaborar com o monitor do meu quarto em algumas saudáveis e aprazíveis brincadeiras! Estas (ficam para contar noutra história...ou não) levaram-nos a sair temporariamente do nosso quarto.
Com o calor que se fazia sentir naquele ano, era humanamente obrigatório as janelas dos quartos ficarem abertas durante a noite. Assim foi...

A Acção: De regresso das "aventuras", deparámo-nos com um vulto e um SCHLAK, SCHLAK pouco normal. Com os olhos a habituarem-se à escuridão, observámos a rapidez e agilidade de voo, a fisionomia do OVNI e não demorámos muito a perceber do que se tratava.
«E agora?», pensámos. Cansados, a primeira ideia que tivemos foi...chamar alguém para ter uma ideia! Os olhos esbugalhados do Tiagão (muito abertos mas destituídos de qualquer ponta de lucidez), bem como o seu balbuciar «Humm?... Humm?... Epá...epá!...» mostraram claramente que a nossa primeira escolha não fora a mais acertada.
No mesmo quarto do Tiagão (o da janela para as escadas) também estava a dormir o Timóteo Xavier (creio que também era monitor nesse ano). Ele respondeu ao chamamento e veio constatar o problema. Estupefacto, lembrou-se logo: «E agora?»
Após alguns momentos de conversa "de encher chouriços" sobre como é o animal entrara sem ser convidado, se seria mesmo um morcego, etc., o Milton decide prova-lo e acende a luz do quarto! O mamífero com asas aprende o que é o stress e desata a querer sair dali com voos picados, sem saber por onde tinha entrado... Razia às paredes, razia aos 2 campistas que lá dormiam, razia à porta escancarada...até que ZUM: vem direito ao corredor (a nós 3)! E nós ZUM, disparámos a fugir: Milton para as escadas, Timóteo para o quarto dele e eu para o do terraço. Naturalmente que encostei a porta para não ser seguido pelo tipo das asas. Pus-me à escuta e não ouvia nada... Momentos depois, ouço o Timóteo a chamar-me quase num sussurro e abro a porta, pensando que já tudo estaria resolvido, que o morcego já tinha saído pela porta da rua. Porém, apercebo-me que ele estava dentro do quarto dele, só com uma nesga da porta aberta (o suficiente para me ver) e pergunta-me «Estás bem?» Nem cheguei a responder! Estando à entrada do quarto, olho em frente e deparo-me com isto:

"Um rato com asas" a alta velocidade na minha direcção; um SCHLAK, SCHLAK em crescendo; o tomar consciência de que TENHO UM MORCEGO A VIR DIREITO A MIM!!! Reacção instintiva: fecho a porta mesmo no último momento. Tão "último" que o SCHLAK deu lugar a um estrondoso PAN, do mamífero a bater na porta!
Como devem imaginar, não saí do quarto enquanto o Milton e o Timóteo não me vieram buscar. Não voltava a arriscar abrir a porta "à fanfarrão"...

Epílogo: Na manhã seguinte apenas alguns ficaram a saber do episódio do morcego (não podiam saber todos, porque assim toda a gente também ficaria a saber quem eram os autores das "gracinhas" feitas). Todavia, com o tempo, o relato lá foi sendo divulgado.

Ainda assim, esta não foi a situação mais marcante desse acampamento! Ocorreu um célebre (pouco feliz, mas não completamente infeliz, graças a Deus) caso na Barragem de Montargil... Mas isso é outra história...

terça-feira, 25 de setembro de 2007

O Morcego

Se já pararam por momentos, à noite, no ABS já devem ter visto alguns animais. Longe vão os tempos dos lacraus, embora tenha um susto com um guardado, mas conseguimos ver, junto ao poste, os morcegos a voar e de vez em quando uma ou outra coruja.
Avançando, o Mílton já contou a história, ou melhor parte dela. Mas, contemos outra vez.
Não me lembro do ano, foi na segunda metade da década de 90, e estava no ABS como monitor.
Para além de mim, os monitores do sexo masculino eram, se mais algum havia que me desculpe, o Mílton e o Pedro Santágueda.
Penso que foi nesse acampamento que fizemos bacalhau assado à noite, e levámos chouriços, farinheiras e afins para assar depois da reunião de monitores. (Mas posso-me estar a enganar e pode ter sido noutro ano).


Lembro-me que dormíamos pouco e durante o dia não parávamos. Houve um ano que em duas semanas de acampamento perdi 7 quilos. Lá vai o tempo...
Na 5ª Feira ou 6ªF à noite levámos os putos para o quarto, fomos para a reunião e quando voltámos cada um de nós trancou a porta do respectivo quarto com um beliche. Todos nós?
O Mílton, não.
O Pedro foi primeiro para o quarto, eu fui à casa de banho, enfiei-me no quarto e barrei a porta com o beliche. Tava a pegar no sono, naquela altura em que abrir os olhos custa porque parece que não estamos lá, quando ouvi uns barulhos na parte de fora, o Mílton a bater à porta do Pedro, mas sem resposta.
O Mílton bateu à porta, ouvi-o falar de um morcego, anda lá ajudar-me a tirar o bicho dali. Disse-lhe que já estava a dormir, devo ter-lhe desejado boa noite e não me consegui mesmo levantar. O corpo estava a desligar.
No dia seguinte, sem saber se tinha sonhado ou não, perguntei-lhe pelo morcego.


A versão dele diz o resto, e eu já não ouvi os gritos, os risos, as portas...depois de quase uma semana de acampamento de crianças o corpo tinha desligado.
Mas...para ouvir mais um lado da história, resta esperar que o Isaac a preencha, já que ele era um dos campistas no quarto do Mílton.

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Ora, muitos bons dias

Olá, por aqui?

Parece que estes tipos convidaram mais alguém para a equipa.

Como o Isaac referiu abaixo já há dois posts no meu outro blog (um deles) sobre recordar o ABS.

Tenho algumas coisas na manga, outras que não sei onde estão. Ao ver a letra da serenata andei à procura da primeira serenata que cantei (participei) aí por volta de 92, acho eu! Ainda não encontrei, pode ser que tenhamos sorte.

Há fotos que gostaria de colocar, mas tenho medo que as pessoas possam achar pouca piada a ver a sua cara na net sem terem dado autorização.

Vamos a ver o que o futuro nos guarda.

Para já, e porque me parece que há uma falha enorme neste blog, aqui fica a tentativa de a tentar apagar.
É disto (também) quando falamos em recordar o ABS. Este é o local, ou parte dele.

Quote

Espero que o autor ainda venha a fazer parte dos membros deste blog...

Até lá, vejam aqui e aqui!

Serenatas A.B.S. Jovens2006

Aqui estamos
Para cantar
Momentos simples,
P'ra relembrar!...

Já corri mundo
Sem encontrar
Lugar mais belo
Para sonhar!

Não quero acordar;
Eu sei, não vou deixar morrer
O que Deus nos fez viver!


Já estou a sentir
Saudade, de verdade...
Memórias sem ter fim!
A.B.S. não se esquece,
Foi Deus que fez assim.

--//--

Nesta noite em que as estrelas brilham mais
E o luar pede uma canção;
No sossego o coração sabe por quem bate,
Em ti vejo o amor de Deus!
És tu quem me traz pela manhã a luz
Num sorriso de encantar,
Neste lugar
Que faz sonhar
E onde o tempo pára!...

PS: Espero conseguir em breve colocar aqui os vídeos (ou só as músicas, já que não se vê nada: serenatas à noite filmadas com câmaras digitais...)

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Ouvi dizer...

ouvi uns zunzuns que o reencontro vai ser dia 5 e 6 de outubro. Não sei mais nada concreto, mas espero ver-vos todos outra vez! então até dia 5!

sábado, 1 de setembro de 2007

Um pouco cansado... mas ansioso para o próximo ano!!!

Antes de tudo, quero agradecer a Deus por mais um ABS e pelo convite para escrever no blog.
A semana de jovens correu bem, algumas coisas diferentes de outros anos, mas também com momentos que superaram as espectativas. É realmente um sítio único. As amizades que se fazem muito dificilmente serão passageiras, e cada ano que passa conhecemos pessoas novas com quem tanto aprendemos. E querem os tugas ir para o Brasil e para as Maldivas... francamente!!!
Cheguei hoje mesmo a casa, após ter estado três semanas afastado da civilização (por isto entende-se televisão, prédios, carros, etc). Depois do de jovens, ficaram uns quantos gatos pingados numa especie de Big Brother coladinho ao ABS. Foi engraçado o convívio dessa semana, sem contar que eramos obrigados a ver filmes lamenchas todos os dias (ideias da Marta, diga-se). Finalmente, esta última semana estive como monitor pela primeira vez na vida num acampamento de crianças e adolescentes e adivinhem aonde: no ABS, claro! Foi uma experiência deveras cansativa, os miúdos não se calam um minuto e muito menos estão quietos, uma pessoa não pode comer descansado e para acordá-los é um castigo. Mas é uma oportunidade singular para conhecer os adultos de "amanhã". Foi muito bom este tempo, espectacular. Como pode existir algo assim num recanto de Portugal?
Abraços para o pessoal e para aqueles que chegaram hoje, bom descanso!